23 de agosto de 2007

O vôo do Baltazar

Hoje a manhã começou cedo. O Baltazar acabou com meus planos de dormir até mais tarde, tudo isso porque ele decidiu que hoje era o dia do seu primeiro grande vôo.

Aqui em casa já tivemos várias espécies de pássaros, mas nenhuma que a família tivesse gostado tanto. Amarelinho, de bochechas vermelhas e uma crista alta, uma Calopsita, batizado de Baltazar pela Cacá. Meu pai o ensinou a cantar o Hino do Grêmio. Ele assovia uma maravilha, adora fazer isso pra chamar a atenção das visitas. As pessoas ouvem aquilo e perguntam quem esta assoviando, nem desconfiam dele.

O Balta, como eu o apelidei, foi acostumado solto direto, é um pássaro desses que pousa em ombro amigo, como diriam alguns “um papagaio de pirata”. Adora comer pipoca como gente grande, assisti filmes com a gente. Ontem mesmo vimos “A Procura da Felicidade”, com o Will Smith, um ótimo filme, talvez o Baltazar tenha se inspirado nele para voar, para buscar a sua felicidade.

Primeiro alçou um vôo pequeno, que foi da garagem até a divisa do terreno de dois vizinhos dos fundos de casa. Meu pai e minha mãe fizeram todo o esforço para resgatá-lo, usaram até uma escada, mas ele tava disposto mesmo a voar, e voou dali pra não sei onde.

Meu pai, coitado, tava quase chorando, pensando até em fazer umas pipocas e espalhar por aí, numa idéia semelhante intenção de “João e Maria”, aonde as aves vão comendo o caminho. Eu consolei dizendo: se ele sabe voar tão bem, é claro que ele tem que ficar livre. Mas meu pai, como preocupação de pai disse “ele sabe voar, mas não sabe sobreviver sozinho, não sabe buscar comida, e também tem muito gato na vizinhança”. Fiquei calada. A manhã nem terminou, aliás eu nem terminei de escrever isso e o bom filho retornou a casa trazido pela vizinha da quarta casa depois da nossa.

Sinceramente não sei como o Balta se sente, talvez frustrado. Mas é bem verdade que ele pousou em uma casa de família, procurando pessoas, tenho certeza que ele gosta de gente, talvez ele tenha descoberto isso ao longo do vôo. Também não sei se ele sobreviveria muito tempo sem comida e com tantos gatos por perto como disse meu pai, mas o Baltazar teve o imenso prazer de voar, de experimentar essa sensação para qual veio ao mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Baltazar, que por sinal é meu afilhado, embora eu ainda não tenha levado o presente dele, é muito lindo e merece mesmo dar suas "voadinhas" por ai mas deixar ele solto é demais. Até pq uma colega minha jura que um gavião em pleno centro de NH entro no qp dela e comeu o passarinho dela. vai saber? Na dúvida e como dinda acho q o Balta deve ficar na sua gaiola.