Hoje recebi um cartão postal, antes de olhar o verso já sabia quem tinha enviado, meu amigo Benito.
Recebo cartões do Benito religiosamente há uns cinco anos, sempre que um ano termina ou começa. Os cartões tem uma mensagem simples, afinal não cabe muita coisa, mas é um gesto de muito afeto, amizade e dedicação, e olha que o meu amigo não está do outro lado do mundo querendo se exibir com uma paissagem cheia de neve ou coisa assim, ele está logo ali, em São Paulo, mandando seus votos de felicidade.
Admiro muito o Benito, que teve que largar seus afazeres, se afastar de um computador que pode mandar uma mesma mensagem pra muitas pessoas com apenas um clique. Benito teve que sair de casa, pensar em cada amigo e escolher os cartões, depois teve que vasculhar em suas anotações os enderços dos amigos, preencher todos com a sua própria letra e a mensagem e ao final ir até uma agência dos Correios e despachar.
Receber um cartão postal ou uma carta é coisa que está em extinção, claro, porque cartas de bancos e contas a pagar não vale. Comparo meu amigo como um homem da alta costura, que faz vestidos para mulheres candidatas ao Oscar, estes vestidos são tão caros não é à toa, eles são feitos sob medida, sem cópia. Benito também é assim, um ser raro, único, um amigo sob medida.
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