A cultura, o controle e o acesso: o novo paradigma da sociedade da informação
O debate sobre cultura tem tomado cada vez mais importância na medida que os elementos de identidade e de conhecimento tem estado cada vez mais na pauta da mídia, dos programas de inclusão social e nos discursos políticos. Mais pertinente ainda, é a discussão do controle e o acesso aos bens culturais em um momento em que uma grande rede alternativa de distribuição tem se estabelecido na periferia dos modelos centralizadores de profusão de cultura.
Através da internet, é possível baixar filmes, músicas, fotos, etc., uma nova esfera interpessoal se estabelece e se fortalece na medida que as pessoas ficam mais perto dos autores, dos produtores culturais. Para além do virtual, uma outra rede, constituída de camelôs, copiadores e vendedores informais encontram uma forma de sustentabilidade.
Porém, a indústria cultural ainda impõe um modelo ultrapassado de produção cultural. A chamada indústria do copyright alega que quanto mais se “pirateia” menos ganham artistas e colaboradores. Para um “melhor” controle da cultura, são criadas novas tecnologias, como gerenciadores de direito autoral (DRM), códigos anti-cópias e endurecimento das leis que punem a cópia de Cds, DVDs, etc. Mesmo assim, a diversidade e o fomento para novos artistas parece não passar pelos caminhos tradicionais desta grande indústria.
Nesse sentido é que a Associação Software Livre.org promove um seminário para debater a chamada “Cultura Livre”, o novo paradigma da cultura na sociedade da informação, no próximo dia 29 de setembro. A ASL, que promove anualmente o Fórum Internacional de Software Livre, quer mobilizar a classe artística para que ocupe espaço dentro do Fisl e que faça dele um espaço de debates sobre as novas formas de distribuição cultural.
A Cultura Livre, idealizada pelo norte-americano Lawrence Lessig através de licenças alternativas ao copyright, se baseou no espírito das comunidades de software livre. Ou seja, o conhecimento tem que ser acessível, circulante, e as leis e a tecnologia tem de facilitar essa troca, não impedi-la.
A primeira vista, há muitos questionamentos: como fica a questão da sustentabilidade, da autoria, dos direitos e deveres do artista? É através deste seminário que estas questões serão levantadas e debatidas entre os participantes. “A intenção é desconstruir a idéia que é necessário grandes corporações para a profusão da cultura”, afirma Fabricio Solagna, um dos facilitadores do evento.
Serão efetuados pequenas palestras de 30 minutos, além de exibição de vídeos do projeto Creative Commons, que fundamenta o conceito de Cultura Livre. Também será exibido um filme chamado "Good copy, bad copy".
O evento será realizado na Casa dos Bancários, na rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre-RS. Fone/Fax: (51) 3433 1200. A entrada é livre. Confira a programação:
Programação
16h- Cultura: Acesso, difusão e liberdade. O novo paradigma da sociedade da informação.
Palestrantes: Cultura Livre (Lucas Alberto), Software Livre (Fabrício Solagna)
16h45min – Mostra de vídeos disponíveis em Creative Commons
Cultura do Remix e Seja Criativo
17h30min – As redes de colaboração: a linguagem da nova teia cultural
Workshop demonstrando sites Overmundo, Estúdio Livre e Wikipedia.
Facilitadores:
Overmundo (Alê Barreto da Independência)
Estúdio Livre e Wikipedia (Felipe Santos)
18h30min – Mostra de vídeos disponíveis e Creative Commons
Trechos do filme: “Good copy, bad copy”
SERVIÇO
O que é: Seminário Sobre Cultura Livre (produção e distribuição cultural na era da internet)
Onde: Casa dos Bancários, na rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre-RS.
Fone/Fax: (51) 3433 1200
Quando: 29 de setembro de 2006
Horário: 16h
Entrada: livre
Informações: (51) 3228-0181
2 comentários:
Legal ter te visto por lá, Cris. Bjs,
Alô Cris, há uma espécie de desafio rolando entre blogueiros. Entra lá no meu Circo da Poesia e veja o desafio que preparei pra você e...
Beijokas
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