Bom, minhas idéias sobre este post fervilhavam outro dia em Brasília. Foi quando surgiu a idéia de escrever aqui.
Passei duas semanas fora de casa em função do Congresso da Une, na real pra UJS. A primeira semana foi em São Paulo diagramando 30 páginas, 2 camisetas e uma faixa. Tudo isso em tempo quase record. Passei muitas horas acordada graças aos flaconetes a base de guaraná que a Titi chama de “arrebite”, foram eles que garantiram que os materiais chegassem na gráfica no tempo (limite).
Depois fui enviada à Brasília pra arrumar algumas coisas do tipo: montar tendas, provar chopp, contratar som, mesas e cadeiras entre outras. O dia de chegada foi ótimo, comi melancia com a Manu e conheci o fumódromo da Sala Verde, fiquei impressionada com a engenhoca mesmo não sendo uma fumante. A noite foi agradável, fui cumprir a trabalhosa tarefa de aprovar o chopp pra tenda. Depois encontrei com a Leonor, amiga recente, jornalista da FENAJUFE.
Se no primeiro dia tudo corria bem, gradualmente as coisas pioravam. No segundo dia tive dificuldades com as tendas, pouco auxílio dos “bicuíras” (nativos), baixa adaptação ao clima nada úmido.
A tenda – Parte 1
Esperei a tenda do Centro Comunitário ser montada, escolhi teoricamente o melhor lugar. Os peões demoraram 40 minutos pra deixar a grande estrutura de 11x11 metros de pé. Tranqüila, depois disso fui almoçar com a Dani, quando toca meu celular, um chip de Brasília que comprei no aeroporto e que no máximo cinco pessoas sabiam o número (entre elas minha mãe). No telefone a responsável pelo Centro Comunitário me xingando por causa da tenda. Juro que me senti investigada pela CIA.
Para o meu alívio a Titi e a Gabi chegaram na quinta. O engraçado é que o trabalho recém tinha começado. Nós três mais o Anderson compúnhamos o gruo SE VIRA NOS 4! A impressão que dava era que nós havíamos sido contratados para carregar muitas caixas, camisetas, materiais, subir em cadeiras, tomar choque, dormir pouco entre outras coisas.
A tenda – Parte 2
A montagem da tenda do Minhocão da UnB demorou pra acontecer. Fomos deixados horas esperando. Mas a tenda chegou e ficou linda, esta de 10x10 metros. Em uma hora arrumamos um ‘puta’ bar, com mesas, cadeiras, enfeites de festa junina e uma banca de materiais e camisetas. Ah, também chegou a empresa de chopp e a barraca bombou. Bombou por pouco tempo, até chegar a prefeitura do Campus e levar a Titi. Minha amiga foi presa! (rsrsrsrsrsrs)
Voltando para a tenda do Centro Comunitário aguardamos a instalação do som. O cara da empresa me avisou que a tenda dava choque. Descobri que o maravilhoso lugar escolhido por mim era embaixo dos fios de alta tensão, que formaram um campo de energia com os pilares de ferro. Ninguém merece! A tenda foi revestida por sacos de lixo. Apesar do visual ter ficado estranho o espaço bombou muito. Foi o que salvou a festa, de acordo com as boas e badaladas línguas experientes em congressos.
Vende camiseta, arruma carro, prende faixa, leva matérial, busca material, vai pra passeata, volta, espera o DJ da tenda, arruma a tenda, morre de fome, acha uma pizzaria ruim no shopping, dorme, acorda, vai na festa conferir, chega e vê que o visual foi destruído mas a festa mais uma vez está lotada. Tudo ok? Ok! Entra no táxi, volta pro hotel, dorme pouco e acorda cedo. Desmonta as coisas do Minhocão e monta no Ginásio. Carrega peso, mais peso, mais peso, mais peso (Caralho: a gente é muito forte!).
Mais uma noite, a última de congresso. Mudaram os DJs mas a festa continuou bombando com uma música que eu odeio. O DJ desta noite fez minha festa ficar ruim, ou indigesta, como o Anderson gosta de dizer. Briguei com o cara de mal gosto musical, assisti os manos do Faces da Morte, voltei pro hotel, arrumei a mala parcialmente e dormi. Às 4h da manhã o DJ ruim liga me cobrando o pagamento. Ahhhhhhhhhh ...... ninguém merece!
Domingo último dia de congresso. Aleluia. O dia passou rápido, desta vez carregamos menos caixas. Arrumei minha vaga de carona em um ônibus de MG. Fui pro hotel, tomei banho, terminei a mala e voltei ao Ginásio. Chegando no local marcado para a o embarque eis que minhas referencias desaparecem. Pego minha mala gigante e saio a caminhar por todo estacionamento imponente (como toda a Brasília) em busca de um ônibus que me levasse à BH ou proximidades. Andei até calejar as mãos. Fui procurar a Titi e a Gabi. Ligamos pra umas pessoas e nada. Na rodoviária descobrimos que o último ônibus tinha saído há uma hora atrás e o próximo era só na segunda à noite.
Nesse meio tempo saiu o resultado do Congresso. Minha conterrânea foi eleita presidente da UNE. Parabéns Lúcia!!!
Chorando e sem saber o que fazer fui num bar com a galera. Minha mala foi num carro e eu em outro. A dona do carro sumiu sem deixar vestígios junto com a minha mala. Fiquei menstruada (acho que de ódio). Bebi Arak. Sem carona, mais uma noite em terras vermelhas, voltei pro hotel, sem mala. Chorei de raiva de não sei do quê. Acordei sedo sem precisar. Fiz muitos telefonemas até localizar a mala.
Esperando a Titi me vi numa cena bucólica ouvindo poesias de Vinicius de Moraes no rádio do PV. Decidi ir direto pra casa. Acho que tem olho gordo na minha felicidade. O almoço foi numa churrascaria pra compensar esse drama. Arrumei uma passagem BsB- PoA pro mesmo dia. Só reencontrei minha mala às 16h mesmo tendo localizado ela antes (problemas logísticos).
Urucubaca valendo! Parti pro aeroporto, meu vôo às 19:36. Muito trânsito e um motorista de táxi meio doido (comum em BsB). Atrasada não queriam deixar eu embarcar. Fale, implorei com um tal de Mello da Tam que deu um jeito de despachar minha bagagem. Fiz uma maratona até o portão 6. Sobrevoei Porto Alegre mas São Pedro não foi generoso e proibiu a descida. O avião teve que parar em Curitiba, o único aeroporto aberto do sul do país. Que meda heim! A Tam fez a gentileza de colocar 2 ônibus para Porto Alegre. Eu não mereço! Mais 10 horas de viagem. Cheguei em casa hoje ao meio dia. Salva e nem tão sã, muito menos feliz.
Lições do 50º CONUNE
1. Não faça mala na última hora;
2. Pesquise antes quantas páginas você terá que diagramar, em quanto tempo e em qual computador;
3. Pode confiar no “arrebite”, ele deixa ligado mesmo;
4. Nunca faça uma camiseta com a frente igual e estampa diferente nas costas. Não adianta porque as pessoas não entendem;
5. Nunca monte uma tenda de 11x11 debaixo de fios de alta tensão;
6. Nunca contrate uma empresa que manda um DJ diferente a cada dia de festa;
7. Confie no táxi 3030!
8. Não conte com os “bicuíras”, eles não vão ajudar;
9. Faça no mínimo uma equipe de 4 elevado na potência 2.
10. Não deixe uma trufa de bobeira na bolsa, o povo gosta de chocolate e rouba sem dó;
11. Articule mais e melhores caronas pra MG, ou compre sua passagem de avião ou ônibus de linha;
12. Não viagem em carro separado as sua mala, ela avi se perder;
13. Não ouça Vinicius de Moraes na segunda pela manhã, é meio “indigesto”;
14. Perca o vôo em Brasília caso descubra que em Porto Alegre faz chuva, frio e neblina ao mesmo tempo.
15. Tenha amigas como a Gabi e a Titi. Faz toda a diferença;
16. Anote tudo isso para o próximo congresso!